sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Again and Again and Again



Nooooossa.... um ano e meio sem aparecer por aqui. Encontrei o blog cheio de teias de aranhas, entregue às traças e cheio de poeira! Depois de uma boa limpeza - enquanto aproveitava para pensar no que escrever - e da mudança de layout - para algo que acabei achando mais moderno que apenas um fundo preto - acabei relendo algums posts que, modéstia à parte, considero muito bons. Confesso que, naqueles momentos, a inspiração fluía de modo muito mais generoso que em tempos atuais, refletindo, na grande maioria das vezes, um estado de espírito um tanto quanto sombrio, porém sempre cercado de verdades. Verdades, estas, aliás, que sempre fiz questão de deixar bem claro que as considero minhas e só minhas! Não peço opinião de ninguém pra escrever o que penso, a respeito do que quer que seja, apenas escrevo. Debato os comentários - coisa que raramente houve - mas, de modo geral, nunca escrevi pra satisfazer ego de ninguém que não o meu próprio.

Uma dessas postagens a que me referi, tratava especificamente sobre amizades... sobre o sentimento de confiar a alguém todas as suas preocupações, seus medos, desejos mais profundos, e querer sempre partilhar os momentos mais alegres, mais divertidos, as situações mais engraçadas. Esse post, escrito no início de 2008, pareceu-me hoje, quando o reli, extramamente atual... atemporal.

Nos quatro anos que se passaram vi e vivi muitas coisas. Terminei minha segunda faculdade, evoluí como  profissional, como marido, como filho, como irmão, como pessoa, como amigo. De um modo bem geral - e específico em alguns pontos - sou uma pessoa totalmente diferente do que era quando escrevi o post, mas, mesmo assim, ainda não deixei de acreditar nas  pequenas coisas que são essenciais para que uma amizade seja perpetuada todos os dias, como respeito, confiança, compreensão, carinho, conforto... caracterísitcas tão importantes e tão valiosas para que uma amizade se mantenha.

Ainda acredito que milhões de outros aspectos caracterizem uma grande amizade... mas são os pequenos gestos, normalmente, que dão uma boa ajuda. Um grande amigo sempre está disposto a te defender, a te fazer rir ou chorar... sempre dá o conselho de que precisamos, a sacaneada necessária, o "puxão de orelha", enfim... nos bons e maus momentos, sempre está nos apoiando de modo apaixonado, veemente, confiante, confidente.





Apesar de, como disse antes, ter achado a postagem bastante atual, hoje percebo que nem todas as pessoas a quem enderecei - ainda que veladamente - o texto, mantêm-se em meu rol de amizades. Na verdade, com o passar do tempo, acho que acabei ficando mais exigente com a manutenção das minhas próprias amizades. Ou então, foram os outros que ficaram exigentes demais a ponto de eu não mais preencher os requisitos. Sempre há duas versões para a mesma história, isso eu aprendi.

De todo modo,  o que me deu vontade de escreve hoje, neste momento, é que, quando se trata de amizades, nada é absoluto. Tenho amigos que passam dias, meses sem falar comigo, mas que sei que posso contar nos momentos em que precisar. Conheço pessoas que se dizem meus amigos e, ainda assim, tentam me apunhalar pelas costas pelo menos três vezes na semana. E tenho amigos que, como diz uma piada antiga, na hora do sufoco, já chegam dando uma voadora para depois perguntar o que houve!

Já tive amigos de escola, de faculdade, de trabalho, de bar, de noitadas, de bairro... muitos passaram, pouquíssimos ficaram. O que me deprime, às vezes, é ser descartado por pessoas que não entendem que uma verdadeira amizade sabe separar o joio do trigo. Não confunde liberdade com libertinagem e aceita você exatamente do jeito que você é. Num outro post, cujo título não me recordo agora, escrevi que a vida é um "mercadão" e que ninguém se relaciona com outra pessoa "de grátis". Tem sempre de haver uma troca... uma certa reciprocidade! E foi essa falta de reciprocidade do sentimento de amizade que fez muitos passarem e pouquíssimos ficarem. Tá que muitas pessoas, sinceramente, hoje, não fazem a menor falta... desejo tudo de bom pra elas, mas não as quero sequer passando perto de onde moro. No entanto, tem outras que sempre fica uma sensação de que poderia ter tentado mais, ter feito mais, ter sido mais amigo.

Depois de quatro anos e meio daquela postagem, já não tenho tantos amigos quanto achei que tinha. Já não sei se ainda sou - ou mesmo se algum dia fui - o grande amigo de alguém. Muita coisa mudou... passei a ver coisas que não via... passei a perceber coisas como não o fazia... só sei que ainda sou romântico quanto ao conceito de amizade. Acho que não tem que estar junto para estar perto, mas sim, do lado de dentro. E quando temos amigos do lado de dentro, aí meus amigos... fode com tudo! Sentimo-nos super-heróis, invencíveis, indestrutíveis. Somos mais que tudo! Apesar de ainda romantizar o conceito de amizade, sou muito mais realista, muito mais exigente antes de chamar alguém de amigo. Levar umas porradas, e ter algumas decepções, te deixam calejado nesse sentido, e foi exatamente isso que aconteceu nesses últimos quatro anos... apanhei demais!

Segue o dia, na vã esperança de que outras postagens venham de modo mais natural... sem que seja uma releitura de postagens antigas. Mas pelo amor de Deus.. que a inspiração não seja baseada em desgraça!!


"Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz."
Drummond


Boa Tarde!

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