sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Divagando....

Boa tarde a todos...


Quem diria... em menos de um mês, duas postagens no blog.... pra quem andava meio sem inspiração, um feito e tanto! E hoje, uma postagem especial.... texto inédito!! Sem releituras!! Que maravilha!! Bem... ainda restam algumas poucas horas deste dia 21/12/2012... portanto, o mundo ainda pode acabar... vai que essa postagem contribui, não é!?

Não vim repetir postagens e nem escrever sobre um tema específico. Resolvi escrever a esmo, pois surgiu uma necessidade de assim fazê-lo. Poderia estar fazendo isso no facebook - a rede social que mais utilizo - mas não... hoje a necessidade era de fazer isso sem limites... sem imposição... sem platéia. Apenas para mim mesmo... para que no futuro, leia e pense: "Que merda toda foi essa!?".


Hoje, nesses 21 dias do mês de dezembro de 2012, restando somente 10 dias para acabar o ano, comecei o dia pensando numa penca de coisas... minha relação com a minha família (preciso de ajuda psicológica)...  minha situação profissional... as festas de fim de ano... grana (ou melhor, a falta dela)... enfim... coisas das mais variadas. Estranho, mas, nesse momento, uma sensação de vazio preenche o coração de um jeito que há muito não sentia.

Tá difícil a relação com meus pais... vê-los se comportar de modo totalmente contrário ao que me foi ensinado por eles mesmos é estranho pra mim! A única coisa que tá faltando acabar é a cortesia e a polidez do tratamento intrafamiliar... mas o resto tá tudo indo pro saco! Olho-os e sinto suas fraquezas, suas limitações, seus defeitos. É isso... estou enxergando os defeitos dos meus pais, aquelas pessoas que mais amo na vida, e que de repente começo a perceber que são tão falhas quanto qualquer outro ser humano! Difícil admitir isso... difícil ao extremo!!! A verdade é que não sei como protegê-los de si próprios, pois cada vez mais ambos estão se destruindo... física e psicologicamente!! 

Aí, quando se abstrai de um problema, surgem mil outros em seu lugar. Descobrir-se no meio de um jogo em que você acha que conhece, mas percebe que desconhece totalmente as regras é troço extremamente complicado. Um jogo em que a lealdade e a meritocracia não lhe rendem pontos, mas os tira! Um jogo em que parentescos e interesses pessoais rendem-lhe rodadas extras e "continues" infinitos! Não sei se gosto desse jogo... só sei que me descobri jogando-o e agora tenho que acompanhar o ritmo das coisas. E perceber que suas oportunidades de crescer, de mostrar seu talento, sua capacidade, seu conhecimento são reduzidas exponencialmente a cada dia... enquanto os premiados são aqueles que conhecem as pessoas certas!! E o pior é que ainda me sinto frustrado com isso!! Queria não sentir assim!



Disse que não faria releituras, mas lembrei agora de uma postagem antiga, sobre a instituição do Dia do Foda-se! Isso mesmo... Dia do Foda-se! Uma proposta antiga, mas que anda mais pertinente do que nunca!!
Este ano, mais desanimado do que nunca para este período de final de ano. Já não sou lá muito fã de festas de natal, pois acho a maior falsidade que existe, mas este ano, em particular, nem o reveillon tem me seduzido! As festas da "high society" acreana, definitivamente não me atraem. O reveillon popular (pago com dinheiro público) também não! Minha família, bem... minha família não anda animada pra muita coisa! Até a sogra vai estar viajando! É.. nada pra fazer mesmo!!!

Vendo as postagens de alguns amigos do facebook sobre suas viagens de férias (vindouras ou em curso), realmente percebo que gostaria mesmo era de viajar também! Queria ir pro meu Rio de Janeiro.... passar uns bons 15 dias por lá! Esse negócio de trabalhar só pra pagar as contas tá ficando estressante demais!! Já chega!! Desse ano não passa!! Vou fazer uma viagem booooa!!! Exterior, preferencialmente!!! Foda-se!!!!


Hoje, desde cedo estou com essa música na cabeça....

Smile

Smile, Though your heart is aching
Smile, even though it's breaking,
When there are clouds in the sky -
You'll get by,
If you smile
through your fear and sorrow,
Smile and maybe tomorrow


You'll find that life is still worthwhile,
If you just..


Light up your face with gladness,
Hide every trace of sadness,
Altho' a tear may be ever so near,
That's the time you must keep on trying,
Smile - What's the use of crying,
You'll find that life is still worthwhile,
If you just smile.


Smile, Though your heart is aching
Smile, even though it's breaking,
When there are clouds in the sky -
You'll get by,
If you smile
through your fear and sorrow,
Smile and maybe tomorrow


You'll find that life is still worthwhile,
If you just smile.


Larara..


That's the time you must keep on trying,
Smile - What's the use of crying,
You'll find that life is still worthwhile,
If you just smile

(Charles Chaplin)

Uma versão cantada por Michael Jackson, mais precisamente... no disco History. Juro que tenho me esforçado para manter o sorriso.. manter a alegria... manter-me de pé... embora o cansaço bata à porta todos os dias!!!

Tenho que mandar consertar o violão... saudades de um tempo em que a música acalmava... em que o som dos acordes amainava os problemas... preenchia o espírito.

De verdade... não me sinto muito bem em compartilhar esses momentos melancólicos... inclusive, não gosto muito de me sentir dessa forma. E exatamente por isso, precisei escrever... desabafar. Um pouco de raiva e tristeza... algumas pitadas de inveja... dois dedos de frustração... e voilá... eis-me aqui! Tá bom.. ainda sinto muito amor... muita amizade... alguma alegria... alguma expectativa. Mas hoje.. 21/12/2012... confesso que pra uma sexta-feira... véspera de feriadão... penúltima sexta-feira do ano (quiçá do mundo)... não sou a pessoa mais cheia de ânimo no mundo!!

Sobreveio-me nesse instante a figura de um equilibrista, numa corda bamba, sem rede de proteção... tentando achar o ponto de equilíbrio para continuar seguindo em frente! Cuidar de mim sem parecer egoísta... fazer o trabalho bem feito, sem parecer puxa-saco.... assumir responsabilidades sem parecer trouxa... aprender sem parecer ganancioso... ensinar sem parecer rancoroso.... enfim.... viver!!!


Certo... não foi lá uma postagem decente, eu concordo. Mas, depois de tanto tempo parado, enferrujado e com as articulações entrevadas, um pouco de desabafo realmente não faz mal.

Desejo a todos um excelente final de ano!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Egoísmos à parte...


Bom dia...

Mais alguns meses sem escrever e estou de volta. Na verdade, sem muito o que escrever... sem muita inspiração... mas uma tentativa de retomar este exercício bacana que é escrever. Sobre o que se pensa, sobre o que se vive, sobre o que se sente. De toda sorte, este é uma forma de dar fluidez a uma série de pensamentos que às vezes dão a impressão de sufocar meu cerébro. E como não tenho a "penseira" do Dumbledore....

Em mais uma visita às postagens antigas deste blog, acabei encontrando outra que se encaixa perfeitamente em situações vividas no presente. Na ocasião, escrevi sobre os sentimentos de dificuldade e medo do envelhecer. Mas, pior que isso, de ver nossos entes mais queridos envelhecendo. Uma postagem com quase cinco anos, cuja opinião - sempre sincera, diga-se - expressou algo que eu ainda encarava como muito distante, mas que se aproximou de mim com tamanha rapidez que me fez perceber o quanto não estou preparado para certas coisas... para certas etapas.
Em quase cinco anos meu medo de envelhecer não mudou muito. À época 27 e hoje com quase 32, não vejo muito diferença a não ser pelos cabelos brancos que jamais chegarei a ter em função do acelerado estado de calvice em que me encontro. Aliás, noto uma aparição muito grande de fios brancos em minha barba e em alguns pontos do corpo... mas nos cabelos, eles não vão aparecer... fato! O que é uma pena, pois sempre me imaginei com a vasta cabeleira branca do Antônio Fagundes e seu jeitão de coroa sexy... fazer o quê!? Acho que vou estar mais para Ary Fontoura que pro Fagundão!!!

Em quase cinco anos, as dúvidas se tornaram certeza e os medos, uma realidade. Apesar de ainda não me preocupar tanto com meu próprio futuro - sim, eu ainda faço planos a longo prazo -, vi meus pais passarem a planejar suas vidas a um prazo muito menor. Se ao tempo daquela postagem eles eram totalmente independentes, altivos e saudáveis, hoje o quadro é bem diferente. Situações que ocorreram - e que não são objeto da postagem - tornaram a vida dos dois mais complicada. O surgimento de algumas doenças, o constante estado de fragilidade, o desenvolvimento de uma grande dependência... tudo isso aconteceu... tudo isso mudou a vida deles... tudo isso mudou minha própria vida
.



Há quase cinco anos, num rompante de inspiração - ou simplesmente de pieguisse - disse que "envelhecer significa aproximar-se da morte... ter de conviver com doenças... limitações... preconceitos... desrespeitos... preocupações... medo"! Tentei expressar o ponto de vista de quem envelhece e vê aproximar cada vez mais a jornada mais misteriosa da vida, mas esqueci de apresentar o que pensam aqueles que assistem aos seus entes mais queridos envelhecerem... os que acompanham de perto esse caminhar para o linha de chegada - ou seria de partida? - das pessoas que se ama.

E por isso cá estou de volta. Outra vez!

Meu pai, com 74 anos, minha mãe, com 63. Ambos doentes (ele cardíaco, ela portadora de lúpus), e que ainda por cima desenvolveram doenças crônicas mais sérias (ele com insuficiência renal, ela com anorexia). Tem sido duro olhá-los e saber que estão com tantas dificuldades. Tem sido duro olhá-los e não vê-los mais sorrindo. Tem sido duro abraçá-los e sentir meus braços envolvendo corpos debilitados, frágeis, sensíveis. Não sentir mais um aperto de mãos com firmeza vindo de meu pai... não sentir um abraço apertado de minha mãe... e saber que, mesmo com toda a informação, educação e formação que tenho, nada posso fazer para mudar esse quadro... nada posso fazer para ajudá-los a não ser estar presente.




Como disse naquela e nesta postagem, meu medo de envelhecer ainda não existe... mas ver meus pais envelhecendo, além de medo, tem me despertado um sentimento de dor e desespero que nunca havia experimentado. A sensação de despreparo para o que pode vir a seguir tem me causado um desespero muito grande, pois não sei o que farei... como suportarei a ausência deles. Ainda não consigo me imaginar sem os conselhos e longas discussões com minha mãe. Sem as conversas futebolísticas com meu pai. Sem os abraços, beijos e companhia de ambos. Difícil. Muito difícil!!

Relendo algumas postagens, li também postangens antigas de um blog antigo de um grande amigo. Um blog que foi encerrado justamente com a perda de seu pai. Lá, em sua postagem final, ele afirma que ninguém está preparado para o fatídico momento e como o mesmo é bastante dolorido. "Viver de lembranças", foi a expressão utilizada. E quando penso nisso, meu coração dói, um nó na garganta se aperta e as lágrimas tentam sair à força. Minto... faço força para impedi-las de sair, para que ninguém veja meu medo, para que meus pais não o sintam, para que eles não se preocupem com isso também. Sinto-me egoísta ao extremo por dizer isso, mas a verdade é que não estou pronto! Ainda não!! Ainda tenho netos para lhes dar, problemas a apresentar, conselhos para pedir! 

Meus pais envelheceram... fato! Meu medo de perdê-los aumentou exponencialmente nesses quase cinco anos... outro fato! Acho que poucas vezes na vida não soube o que fazer diante de uma situação, digamos, adversa - que nem é tão adversa assim, se tivermos em vista que é uma fase natural da vida - mas que impressiona pelo sofrimento causado... pela dor imposta.



A verdade é que, independente do meu medo, do meu despreparo e do tempo que leve, nada posso fazer para impedir que meus pais envelheçam. Para os que, assim como eu, acreditam em Deus, só posso colocar nas mãos dEle os nossos destinos. Amém!

Se tudo não acabar em 21/12, desejo a todos um bom natal e um excelente ano novo. Senão, bom armagedon pra todo mundo, do mesmo jeito!!!

"O verdadeiro mal da velhice não é o enfraquecimento do corpo, é a indiferença da alma".
                                                                                                               André Maurois

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Again and Again and Again



Nooooossa.... um ano e meio sem aparecer por aqui. Encontrei o blog cheio de teias de aranhas, entregue às traças e cheio de poeira! Depois de uma boa limpeza - enquanto aproveitava para pensar no que escrever - e da mudança de layout - para algo que acabei achando mais moderno que apenas um fundo preto - acabei relendo algums posts que, modéstia à parte, considero muito bons. Confesso que, naqueles momentos, a inspiração fluía de modo muito mais generoso que em tempos atuais, refletindo, na grande maioria das vezes, um estado de espírito um tanto quanto sombrio, porém sempre cercado de verdades. Verdades, estas, aliás, que sempre fiz questão de deixar bem claro que as considero minhas e só minhas! Não peço opinião de ninguém pra escrever o que penso, a respeito do que quer que seja, apenas escrevo. Debato os comentários - coisa que raramente houve - mas, de modo geral, nunca escrevi pra satisfazer ego de ninguém que não o meu próprio.

Uma dessas postagens a que me referi, tratava especificamente sobre amizades... sobre o sentimento de confiar a alguém todas as suas preocupações, seus medos, desejos mais profundos, e querer sempre partilhar os momentos mais alegres, mais divertidos, as situações mais engraçadas. Esse post, escrito no início de 2008, pareceu-me hoje, quando o reli, extramamente atual... atemporal.

Nos quatro anos que se passaram vi e vivi muitas coisas. Terminei minha segunda faculdade, evoluí como  profissional, como marido, como filho, como irmão, como pessoa, como amigo. De um modo bem geral - e específico em alguns pontos - sou uma pessoa totalmente diferente do que era quando escrevi o post, mas, mesmo assim, ainda não deixei de acreditar nas  pequenas coisas que são essenciais para que uma amizade seja perpetuada todos os dias, como respeito, confiança, compreensão, carinho, conforto... caracterísitcas tão importantes e tão valiosas para que uma amizade se mantenha.

Ainda acredito que milhões de outros aspectos caracterizem uma grande amizade... mas são os pequenos gestos, normalmente, que dão uma boa ajuda. Um grande amigo sempre está disposto a te defender, a te fazer rir ou chorar... sempre dá o conselho de que precisamos, a sacaneada necessária, o "puxão de orelha", enfim... nos bons e maus momentos, sempre está nos apoiando de modo apaixonado, veemente, confiante, confidente.





Apesar de, como disse antes, ter achado a postagem bastante atual, hoje percebo que nem todas as pessoas a quem enderecei - ainda que veladamente - o texto, mantêm-se em meu rol de amizades. Na verdade, com o passar do tempo, acho que acabei ficando mais exigente com a manutenção das minhas próprias amizades. Ou então, foram os outros que ficaram exigentes demais a ponto de eu não mais preencher os requisitos. Sempre há duas versões para a mesma história, isso eu aprendi.

De todo modo,  o que me deu vontade de escreve hoje, neste momento, é que, quando se trata de amizades, nada é absoluto. Tenho amigos que passam dias, meses sem falar comigo, mas que sei que posso contar nos momentos em que precisar. Conheço pessoas que se dizem meus amigos e, ainda assim, tentam me apunhalar pelas costas pelo menos três vezes na semana. E tenho amigos que, como diz uma piada antiga, na hora do sufoco, já chegam dando uma voadora para depois perguntar o que houve!

Já tive amigos de escola, de faculdade, de trabalho, de bar, de noitadas, de bairro... muitos passaram, pouquíssimos ficaram. O que me deprime, às vezes, é ser descartado por pessoas que não entendem que uma verdadeira amizade sabe separar o joio do trigo. Não confunde liberdade com libertinagem e aceita você exatamente do jeito que você é. Num outro post, cujo título não me recordo agora, escrevi que a vida é um "mercadão" e que ninguém se relaciona com outra pessoa "de grátis". Tem sempre de haver uma troca... uma certa reciprocidade! E foi essa falta de reciprocidade do sentimento de amizade que fez muitos passarem e pouquíssimos ficarem. Tá que muitas pessoas, sinceramente, hoje, não fazem a menor falta... desejo tudo de bom pra elas, mas não as quero sequer passando perto de onde moro. No entanto, tem outras que sempre fica uma sensação de que poderia ter tentado mais, ter feito mais, ter sido mais amigo.

Depois de quatro anos e meio daquela postagem, já não tenho tantos amigos quanto achei que tinha. Já não sei se ainda sou - ou mesmo se algum dia fui - o grande amigo de alguém. Muita coisa mudou... passei a ver coisas que não via... passei a perceber coisas como não o fazia... só sei que ainda sou romântico quanto ao conceito de amizade. Acho que não tem que estar junto para estar perto, mas sim, do lado de dentro. E quando temos amigos do lado de dentro, aí meus amigos... fode com tudo! Sentimo-nos super-heróis, invencíveis, indestrutíveis. Somos mais que tudo! Apesar de ainda romantizar o conceito de amizade, sou muito mais realista, muito mais exigente antes de chamar alguém de amigo. Levar umas porradas, e ter algumas decepções, te deixam calejado nesse sentido, e foi exatamente isso que aconteceu nesses últimos quatro anos... apanhei demais!

Segue o dia, na vã esperança de que outras postagens venham de modo mais natural... sem que seja uma releitura de postagens antigas. Mas pelo amor de Deus.. que a inspiração não seja baseada em desgraça!!


"Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz."
Drummond


Boa Tarde!